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Requalificar o Centro Antigo

  • 01 de Janeiro de 2017

No mês passado, a Prefeitura anunciou um programa para revitalizar o Centro Antigo de Salvador, que inclui bairros que vão da Sé à Lapinha e do Comercio ao Tororó e Barris. O abandono da área se evidencia pelas inúmeras ruinas, a demolição de 31 imóveis na Montanha, em 2015, e a falta de agua para inaugurar o Palace Hotel. Desde a administração de Mario Kertész, esta é a primeira vez que a Prefeitura manifesta interesse pela área, um dos principais atrativos da cidade. Mas tenho dúvidas que apenas incentivos fiscais e a criação da Vila Cultural da Barroquinha, que não se sabe bem o que é, possam recuperar uma área tão extensa. Primeiro, pela situação legal das ruinas. Ninguém sabe a quem pertencem, pois três gerações não fizeram inventários. Segundo, por imaginar que a iniciativa privada vá se interessar por um novo “shopping a céu aberto”.

Não sou pessimista, apenas acho que o enfoque é equivocado. A recuperação daquela área só é viável com um plano urbanístico envolvendo município, estado e União, que contemple os aspectos físicos, ou de infraestrutura; sociais, com ênfase na habitação; e econômicos, com incentivos aos serviços. Isto deve ser programa de estado e não só de uma administração municipal. As 1.500 ruinas podem se converter em 10.000 habitações do programa Minha Casa e Minha Vida. Ele pode começar com o projeto da F. de Arquitetura/Conder para o Pilar, já pronto.

No artigo “O que o centro antigo precisa”, publicado neste jornal em 3/2/2013, apontei as obras de infraestrutura necessárias: melhorar o acesso ao Centro Histórico com passarelas ligando o Pelourinho ao Desterro e o Carmo à Saúde e galerias e elevadores subterrâneos conectando a estação de metrô do Campo da Pólvora à Baixa dos Sapateiros, ao Terreiro de Jesus e ao Comercio, instalação de escadas rolantes ligando a Preguiça e a Contorno à Pr. Castro Alves e criação de um centro cultural dinâmico no Pelourinho, aproveitando os cines Jandaia, Excelsior e Pax, este com um estacionamento vizinho subutilizado. Finalmente, dar uso cultural ao Solar do Saldanha e não apenas burocrático.

SSA: A Tarde, 1º/01/2017


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