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Revendo três megacidades

  • 15 de Dezembro de 2019

Entre 17/11 e 1º/12 revisitei três grandes metrópoles da América do Norte. A primeira foi a Cidade do México, onde expus no Seminário da Red Patrimonio Histórico/Cultural Iberoamericana. O DNA dos astecas dominou o dos conquistadores e nas vitrines os mortos comemoram. A cidade tem hoje 21,6 milhões de habitantes, Quando estive pela primeira vez na cidade, na década de 70, o tráfego era infernal e os carros só podiam trafegar em dias alternados, o que resultou na quase duplicação da frota. Dessa época são ilusórias vias expressas periféricas. Hoje a cidade tem 226,5 km de metrô subterrâneo, apesar de um subsolo de lama e ruínas arqueológicas. A passagem custa R$1,10 e os trens andam lotados. A cidade possui ainda 120 km de ciclovias, algumas com quatro faixas, e parques e praças bem cuidados Isto é resultado de planejamento e políticas urbanas de estado.
Estando no México, fui visitar um irmão nos EUA. Tinha estado em Nova York há 12 anos. A região metropolitana tem 18,9 milhões de habitantes e uma rede de subways de 369 kms. Sua paisagem urbana mudou pouco. O novo World Trade Center não se destaca como as antigas torres gêmeas na floresta de aço e vidro. As novidades são o Hudson Yards, o maior investimento imobiliário desde a década de 1930 construído sobre um pátio ferroviário de 5,6 ha, com shoppings, escritórios, apartamentos e um monumento, o Hudson Vessel, uma escadaria helicoidal de 2.500 degraus e 45 m de altura, que não leva a nada, e a conversão em passarela ajardinada de uma ferrovia desativada. Completa as novidades a espalhafatosa estação de subway junto ao WTC, do espanhol Calatrava, que custou US$ 1,0 bi e justos protestos. Os grandes atrativos de Nova York continuam sendo o Central Park, o Rockfeller Center e a esquina esconsa do Times Square. Manhattan não tem viadutos, nem BRT, senão uma rede de ônibus articulados em faixa exclusiva com assoalho ao nível dos passeios.
A última visita foi a Washington, cidade com 5,5 milhões de habitantes e um metrô moderno, de 1976, com 171 km, articulado com o sistema Metrobus semelhante ao de NY. Washington tem muito verde e ainda curti um resto de outono com arvores e passeios coloridos. Revisitei o belo Vietinam Veterans Memorial para sentir no muro enlutado o clamor silencioso, mas gravado na pedra, de 60 mil vidas ceifadas na desastrada guerra do Vietnã. Mas tive a satisfação de apreciar no novo Museu Nacional da Historia e Cultura Afro Americana a imensa contribuição dos negros à nação americana, nas artes, nas ciências e na política. Ao contrario de NY, a cidade, dominada paisagisticamente pelo obelisco em homenagem a Washington (170 m), controla o gabarito dos edifícios privados. Em Georgetown, a vila que existia antes da instalação em 1800 do Distrito Columbia, se preservam belos sobradinhos, melhor que entre nós.

SSA: A Tarde, 15/12/2019


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