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A Academia de Letras recebe Juarez Paraiso

  • 02 de Junho de 2019

Na última quinta-feira, 30/05, os salões da Academia de Letras da Bahia se abriram para receber o artista plástico e educador Juarez Paraiso. Tive a honra de fazer sua saudação de entrada. Juarez começou a desenhar menino, encantado com os heróis do Gibi, mas aos 17 anos entra na Escola de Belas Artes e se forma em pintura, gravura e escultura. Com uma grande inquietação intelectual ele fez uma série de especializações para se tornar: pintor, gravador, escultor, muralista, crítico de arte, fotografo, artista digital, cenógrafo e figurinista. Juarez faz parte da segunda geração de artistas modernistas da Bahia, em companhia de Jenner Augusto, Riolan Coutinho, Leonardo Alencar, Calasans Neto, Sante Scaldaferri e é considerado pela crítica como o mais versátil e importante deles.

A obra de Juarez é eminentemente social e pública, seja como artista plástico ao realizar inúmeros murais, calçadões e esculturas para espaços públicos, seja como professor, crítico de arte e promotor de exposições artísticas. Dentre seus murais públicos, destacam-se o da Secretaria de Agricultura no CAB, o do Hospital Roberto Santos, o do Museu Geológico, o do Clube da Aeronáutica, em Brasília e o do Memorial Irmã Dulce. Entre os calçadões merecem referência os do Hospital Aliança e o do Ed. Monsenhor Marques, na Vitória. Murais importantíssimos como os dos cines Bahia, Arte I, Arte II e Tupy foram criminosamente destruídos, bem como o belo calçadão da Praça da Sé.

Juarez é Professor Titular da Escola de Belas Artes e Professos Adjunto da Faculdade de Arquitetura da UFBA, aposentado, e foi Diretor da Escola de Belas Artes da UFBA (1992-96), Muito importante na formação de novos artistas foi o seu trabalho como diretor da Galeria Convivium e Secretário Geral da I e II Bienal Nacional de Ates Plásticas (1964-68). Juarez é também crítico de arte. Ele analisou em capítulos de livros às obras de Calazans Neto, Floriano Teixeira, Riolan Coutinho e Chico Liberato. Publicou também em revistas, catálogos e jornais de Salvador. Nas décadas de 1960 e 1970 assinou colunas de artes plásticas nos jornais Tribuna da Bahia e Diário de Notícias.

Praticamente todos os artistas e movimentos artísticos baianos passaram pelo crivo de Juarez. Por seu trabalho como artista plástico e educador recebeu inúmeras homenagens e prêmios, dentre os quais se destacam o de Professor Emérito da UFBA, a Medalha 2 de Julho da Prefeitura Municipal de Salvador e o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte, de 2006. Juarez continua produzindo, especialmente arte digital, auxiliando na pós-graduação da Escola de Belas Artes e atuando como membro da Academia de Ciências da Bahia e Associação Brasileira de Críticos de Arte. A Academia de Letras da Bahia é seu mais novo desafio.

SSA: A Tarde, 02/06/2019


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