Artigos de Jornal
A nova lei eleitoral
A nova lei eleitoral barateou as campanhas e o peso dos lobbies nas nossas
câmaras, assembleias e congresso, o que é positivo. Mas em nada melhorou a
representatividade da população. Ser político é uma profissão no Brasil, ou um
negócio familiar. O nepotismo fica evidente no petitório dos políticos para os
herdeiros, para a matriz e filial. É comum em eleições municipais do interior e
estaduais do Rio chapas anti-impeachment formadas por marido e mulher.
Descendentes de um interventor na Bahia dos anos 30 e dos governadores que o
sucederam continuam sendo a linha de frente da política baiana. Os partidos
estão tão desmoralizados, que a maioria dos candidatos evita declarar o partido.
A propaganda política se resume a uma foto, um apelido jocoso ou sobrenome
tradicional e um número. Há inclusive os que pousam com animais domesticos. O
resultado é uma representação pífia. Não só aqui, como na mãe-pátria que nos
legou os bons e maus hábitos, e de onde me mandaram esta joia de acordo
político.
Um inspetor do Ministério da Educação foi a uma escola para avaliar o
aproveitamento dos alunos. Pediu à professora para sair da sala e perguntou a um
dos alunos: quem incendiou Roma? O miúdo, assustado, respondeu: juro que não fui
eu! Chocado com a resposta, o inspetor foi à procura da professora e contou-lhe
o sucedido. E a professora respondeu: o Joãozinho não é mentiroso, se ele disse
que não foi ele, é porque não foi mesmo! Horrorizado, o inspetor procurou o
Prefeito, narrou-lhe o sucedido e sugeriu que ele solicitasse ao Secretário de
Educação a demissão da professora. O Prefeito coçou a cabeça, meditou alguns
instantes e disse: não podemos mandá-la embora, inspetor! Ela precisa do
emprego, pois é ela quem sustenta a família e, além disso, foi indicada para o
cargo pelo presidente do Partido. Vamos fazer um acordo: o senhor me diz quanto
foi o prejuízo do incêndio e a Prefeitura paga!
SSA: A Tarde de 11/09/16