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Edivaldo Boa-Ventura

  • 26 de Agosto de 2018

Não consigo assumir a morte Edivaldo Boaventura, tão forte é a sua presença na Bahia, como grande educador, administrador público, escritor e jornalista. Formado em direito pela UFBA, foi a educação que sempre o seduziu, fazendo doutorado na Penn State University e pós na Universidade do Québec, além de estágios na Universidade de Paris e na Harvard Summer School. Edivaldo foi duas vezes Secretário da Educação e Cultura da Bahia, quando criou a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, multi campi, e os parques históricos de Castro Alves e Canudos, membro da Academia Brasileira de Educação, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED, professor titular da UFBA e da UNIFACS.

Conheci Edivaldo no Colégio Antônio Vieira, onde éramos alunos. Natural de Sant’Anna dos Olhos d’Água, exilado no pensionato do Pe. Torrent, logo ele passou a frequentar a nossa casa, especialmente nas festas de final de ano e São João, como outros amigos e colegas do interior, que minha mãe, Mariá, fazia questão de acolher. Mantivemos a amizade, já agora alargada por Solange e Esterzilda, durante a vida profissional, e estreitamos os contatos com o meu ingresso na Academia de Letras da Bahia, da qual ele seria presidente, considerado “Chanceler”, pela representação que fazia dela junto a outras instituições, como a Academia Portuguesa de História, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Pertenceu ainda às academias de Letras Jurídicas da Bahia, de Ciências da Bahia, Letras e Artes Mater Salvatoris, de Letras de Feira de Santana e Conquista e correspondente de Campos do Jordão.

Edivaldo teve a boa-aventurnça, rara, de conhecer em vida o reconhecimento de seus méritos, recebendo os títulos de Professor Emérito da UFBA, Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, Officier de l’Ordre des Palmes Académiques, Donato di Devozione, da Soberana e Militar Ordem Hospitalar de Malta e Oficial da Ordem do Mérito Militar. Recordo, especialmente, o amigo fraternal, seu senso de humor, o orgulho de ser de Feira, pequenina, mas decente, e o prazer de compartir a mesa farta regada por bons vinhos.

SSA: A Tarde de 26/08/18


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