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Habitação em Salvador

  • 22 de Janeiro de 2010

Salvador chegou ao limite da congestão demográfica e veicular. Temos uma densidade urbana maior do que a de São Paulo. Só há duas alternativas: densificar ou descongestionar. Densificar significa verticalizar, acabar com áreas verdes e de interesse cultural. As conseqüências são: aumento exponencial do preço da terra, impermeabilização do solo, mais alagamentos, maior congestionamento veicular, falência das infra-estruturas de transporte, sanitária e elétrica. Esta é a solução espontânea, do mercado, que só interessa aos especuladores imobiliários.

Descongestionar significa racionalizar, planejar, infraestruturar e estabelecer políticas públicas para a Região Metropolitana - RMS, coisa que não se faz há pelo menos 50 anos. Descongestionar é oferecer habitação e serviços de qualidade a preços acessíveis, junto dos locais de trabalho, como a Refinaria Landulfo Alves, o Temadre, o porto de Aratu, o Pólo Petroquímico e o CIA. Com isso se reduz o preço da habitação, pois o custo do terreno é um décimo do de Salvador, o tempo de viagem de trabalhadores e executivos e o custo do transporte de pessoal para as empresas.

Mas para isto não basta construir habitações. É preciso oferecer educação e saúde de qualidade, abastecimento, cultura, lazer e esportes. Precisamos rever o modelo de ocupação do litoral da RMS. hoje inteiramente desterritorializada, ocupada apenas um ou dois meses por ano por turistas forâneos. Se fizermos isto não precisaremos mais nos trancar em torres ou condomínios murados. Teremos programas sustentáveis de habitação popular ao invés de favelas e transformaremos a indústria especulativa em produtiva.


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